Pecuária, Tiradentes, belezas naturais, patrimonio cultural da humanidade e...falta mais alguma coisa. Minas Gerais não é somente reconhecida por tudo isso, mas também por ter sido o berço de grandes artistas da música cristã no Brasil, que nas décadas de 70 e 80 ajudaram a abrir o caminho para o que hoje se chama de música gospel. Queremos fazer uma dupla homenagem com este post: aos mineiros em geral e a 4 mineiros, em especial - Zilanda Valentim, Josely Scarabelli, Ozeias de Paula e Feliciano Amaral que, se vivo estivesse, estaria com 98 anos.
ZILANDA VALENTIM - Seu primeiro álbum, "Meu Refúgio" foi gravado em 1971 pela extinta Gravadora Favoritos Evangélicos, mas tudo começou a partir dos esforços em conjunto com Feliciano Amaral que no início da década de 70 a apresentou a Paulo Rangel, diretor da gravadora acima citada que decidiu dar a ela a oportunidade de gravar um disco.
Após o primeiro disco, surge o seu maior sucesso que dá título ao álbum: "Um Anjo Serei". Foi o disco que projetou a cantora por todo o país, seguido por outros 14 trabalhos, sendo o último uma coletânea com os seus maiores sucessos que foi lançado em 2005.
Zilanda pertence a Igreja Batista Renovada e apesar de ter se afastado dos stúdios, continua atendendo agendas por todo o país.
Josely foi "descoberta" pelo grande maestro cristão da época, o Jaziel Braga, que a ouviu cantar em uma noite de Natal na Igreja Batista de Guadalupe e foi assim que surgiu o seu primeiro compacto em 1969, "Faz-me, Uma Bênção Senhor". Ela foi uma das campeãs do famoso programa radiofônico "Peça Seu Hino Preferido" de Jozias Menezes na categoria "Voz Revelação". Aliás, a parceria com Jozias foi muito frutífera, pois dele ela gravou cerca de 100 músicas!
Podemos dizer que a Josely foi uma desbravadora, tendo em vista que o mercado evangélico àquela época era escassíssimo de vozes femininas, quando então ela chegou com a doçura na voz e fez uma história que jamais se pode apagar na música cristã.
Com mais de 70 anos, Josely continua atendendo a pedidos e é membro da 1ª Igreja Batista no Rio de Janeiro.
OZEIAS DE PAULA - Mineiro de Muriaé, Ozeias de Paula é considerado como o fenômeno dos anos 70 e 80, pois conseguiu ser o artista evangélico mais influente por quase 20 anos! Sua história com o Jaziel Braga, Elizeu e Jozias Menezes também é muito interessante, pois os arranjos do seu primeiro disco de sucesso (Cem Ovelhas - 1973) foi feito por Jaziel, a versão em português da sua música de maior sucesso (música que dá título ao disco acima) foi feita em parceiria com o Elizeu Menezes. Com Jozias Menezes, cujo programa já citado, Ozeias ganhou um prêmio como cantor revelação e sem falar que Jozias também foi o seu sogro.
Ozeias de Paula passou pelas principais gravadoras do país e foi um dos primeiros, senão o primeiro, a gravar em uma gravadora secular, a Polygram (há informações de que Francisco Rossi gravou um disco pela RCA Victor).
A parceria com Edison Coelho é a de maior sucesso que já houve na música cristã brasileira, pois os maiores sucessos que ele interpretou são de autoria de Edison que assinava canções de discos inteiros.
Com 29 álbuns, incluíndo coletâneas e um álbum ao vivo em Recife, Ozeias continua com agenda disputadíssima, lançou seu último disco em 2010 ("Instrumento") e anuciou recentemente a gravaçao de um novo disco e um DVD!
FELICIANO AMARAL - Minas Gerais e o Brasil tem muito de que se orgulhar pela vida de Feliciano, pois foi o primeiro cantor evangélico a gravar um disco compacto no Brasil (Vem a Cristo - 1948) e o seu nome entrou para o Guiness Book por ser o cantor mais antigo do mundo ainda em atividade, com 97 anos, quando estava em vida!
O mineiro de Miradouro, que é conhecido como "O Rouxinol do Sertão", interpretou a primeira versão em Português do clássico internacional "Paz no Vale" e eternizou outros sucessos, como "Eterno Fanal", "Oração de Davi" e "O Rosto de Cristo", que também fez enorme sucesso em sua voz.
Até o mês de setembro de 2017, Feliciano estava atendendo agendas em todo o país, mas no mês seguinte foi diagnosticado com uma leucemia, que evoluiu para complicações mais graves e acabou lhe ceifando vida.
A voz bonita e muito forte fizeram de Feliciano um gigante da interpretação, influenciando nomes honrosos, como Luiz de Carvalho e José Carlos e muitos outros artistas influentes nas décadas de 70 e 80 que antes mesmo de serem cantores profissionais já cantavam músicas do Feliciano em suas igrejas.
E o que dizer de Tita Lobo e Nelson Ned? Pois é, Minas Gerais é terra de onde floresceram alguns daqueles que desbravaram o caminho da música cristã em sua época e deixaram o palco armado para outros mineiros como André Valadão, Regis Danese e Nívea Soares, que apesar de suas diferenças e até contrastes em relação aos 4 mineiros ora homenageados, fazem de Minas uma terra de gente muito boa e talentosa!