Ele
foi o fenômeno da música evangélica
na década de 90 e um dos mais influentes líderes eclesiásticos no Brasil que
consolidou-se no meio cristão por ser um dos primeiros a ousar em fazer versões
evangélicas de clássicos da música internacional. Estamos falando de Renato
Suhett que gentilmente nos recebeu para falar um pouco de sua dupla carreira
nos anos 90 e sobre seus novos projetos para 2018 em uma entrevista especial
para Reviva Gospel em mais uma matéria da Série
10 Perguntas!
Reviva Gospel - Primeiramente,
Renato, como foi a sua conversão? Conte para nós sua experiência de conversão
ao evangelho.
Renato Suhett – Olha,
a minha experiência de conversão foi por intermédio de um amigo meu chamado
Hélio Delmiro que era guitarrista de Milton Nascimento, da Elis Regina e ele havia
se convertido. Ele era meu amigo e nós tocávamos jazz e ele falou pra mim de
Jesus e que ele estava na Igreja Universal. Eu comecei a ouvir a Rádio
Copacabana, na época, AM, no Rio de Janeiro e depois a Rádio Relógio, onde
tinha um programa do bispo Roberto McAlister e ali eu fui ouvindo, fui na
(igreja) Nova Vida e ali no primeiro dia que eu fui (eu tinha 22 anos de idade)
eu aceitei a Jesus como meu Senhor e meu Salvador. Essa foi minha experiência
de conversão. Foi uma coisa tremenda! Eu lembro que falei para os meus pais. Meu
pai era militar e ateu, ele não aceitou, disse que eu deveria escolher entre
ele e Jesus, mas eu escolhi Jesus até o dia de hoje e de hoje para sempre.
Graças a Deus!
Reviva Gospel –
Então o seu envolvimento com a música é anterior ao evangelho, mas você sempre
quis ser cantor (gospel ou não)?
Renato Suhett –
Não! Eu nunca quis em ser cantor gospel nem nada. Eu comecei a estudar violão
clássico com 8 anos de idade. Meu pai me colocou para tocar violão, com 15 anos
eu tocava já muito bem. Comecei a tocar guitarra, a tocar jazz com 16 anos e já
tava fazendo bailes, por que, como eu tocava clássico, eu era muito bom
guitarrista - como sou ainda (eu sou um guitarrista). Eu não sou um cantor, eu
sou um intérprete das minhas músicas Aí depois de muito tempo, quando eu tinha
18, 19 anos eu comecei a cantar. Eu tocava nos bailes. Toquei no Painel de
Controle, fui guitarrista da Rosana no tempo da Banda Casa Nova que era do pai
dela e depois eu comecei a cantar de sério. Eu ganhei prêmio num festival como
melhor intérprete, aí eu falei “bom, eu acho que eu sei cantar”. Aí eu comecei
a cantar e cantava na noite e aí eu passei a ser não só guitarrista, mas eu tocava
e cantava – tocando na noite, além da carreira de professor que eu tinha. Depois
que eu me converti, no início eu não queria tocar. Muito engraçado isso! Eu não
queria tocar nada, por que eu tinha medo de a igreja me botar pra músico da
igreja. Eu nunca quis ser músico, queria ser pastor. Aí, um dia o bispo Macedo
de me ouviu cantar num culto (eu tava cantando a música “Espírito Santo, eu te
amo sim”) e ele me chamou e disse:” oh, rapaz, você é cantor profissional e
ninguém canta assim”. Eu falei: “eu sou cantor e tal...”; Foi quando ele falou:
“vamos gravar!” e gravou o disco “Em Teu
Olhar”. Mandou gravar o disco que pensava que ia vender 50.000 acabou
vendendo 400.000 cópias e aí começa tudo. Mas começou assim por Deus mesmo
(...) depois culminou com a formação da Line
Records, que é a gravadora da Universal que eu fiz, em função também do
nosso sucesso como cantor e produtor, lançando Tonny Sabetta, Melissa, Beno
Cézar mais um monte de gente aí. Fui dando curso ao Ed Wilson na parte gospel,
trazendo o Nelson Ned pra Line Records, trazendo o Cid Moreira para gravar o
primeiro disco de Salmos. Foi assim, veio por Deus, mas não por eu querer. Eu
nunca quis. Veio mesmo por Deus!
Reviva Gospel – Que
legal saber que você mais ou menos “gerou” a Melissa e ajudou o grande Ed
Wilson a entra no Gospel. Então, sua saída da Nova Vida foi em função da música
ou teve mais alguma coisa que te atraiu à Universal?
Renato Suhett – O
que me atraiu a à Igreja Universal é que a igreja abria todos os dias,
expulsava demônios, curava enfermos, e pregava a Palavra, busca do Espírito
Santo. Essas coisas me encantaram. Uma igreja diária, vários cultos (de manhã,
de tarde e de noite), vigília, logo fizemos o primeiro Maracanã. Então, quer
dizer, essa atividade evangelística da Igreja Universal é que me fez migrar da
Nova Vida para a Universal e também pela afinidade de conhecer o bispo Macedo e
ele ter sido também da Nova Vida. Então foi por isso, a dinâmica do trabalho
que eu acho lindo até os dias de hoje, aliás, não só lindo, como incomparável!
Reviva Gospel – A
que você atribui a sua ascensão meteórica
dentro da hierarquia da IURD e em quanto tempo você se tornou Bispo Primaz?
Renato Suhett –
Olha, uma pergunta difícil! Bom, primeiro a vontade de Deus. Eu fiz uma oração.
Eu tinha vontade de fazer estudos bíblicos na Igreja Universal, que ela fosse
uma igreja de cura, milagre, expulsasse demônio como fazia, buscasse o Espírito
Santo, mas que tivesse estudos bíblicos. Eu fiz uma oração (eu era pastor na
Barra da Tijuca), eu falei: “Senhor, se eu estou certo, o Senhor vai me colocar
lá em cima, eu vou ser igual o bispo Macedo; vou estar do lado dele e quando
estiver lá e vou fazer aquilo que o Senhor...que eu estou colocando no meu
coração hoje –fazer a igreja ter menos campanhas da igreja, se voltar menos para as ofertas e mais para o
estudo bíblico. Eu só posso entender essa ascensão meteórica como a mão de
Deus, por que, realmente, foi uma coisa incrível. Rapidinho, o Gonsalves que
era pastor ali me colocou para ser o segundo dele, logo eu já era o primeiro.
Gonsalves foi pra São Paulo, eu era o líder do Rio de Janeiro, logo o bispo
Macedo me leva pra São Paulo pra ser líder em São Paulo e logo logo ele decide
que eu ia ser o segundo bispo na hierarquia da igreja e o Bispo do Brasil.
Então, isso foi impressionantemente num prazo de 4 anos. Não haviam bispos na
igreja; eram só 7 bispos em cada país e o bispo do Brasil fui eu; o bispo
Macedo foi viajar para os Estados Unidos, deixou o Brasil nas minhas mãos; eu
cuidava de mais de 1500 igrejas, tanto que ele me deu o privilégio de poder
consagrar outros bispos auxiliares, dentro os quais, um deles foi o Valdemiro
Santiago, depois o bispo Clodomir Santos, Alfredo Paulo e Paulo Roberto. Enfim,
essa ascensão meteórica só pode ter sido a vontade de Deus, tanto que que
quando eu fui bispo do Brasil eu tirei as campanhas da igreja, trabalhava só
com dízimos, ofertas e comecei botar estudos bíblicos, fiz vários livros, como
“Obreiro Aprovado”, “Alicerces da Fé” e paralelo à música também o louvor
bacana e tocando a Line Records - a gravadora da Igreja -. Enfim, eu cumpri a
Deus aquilo que eu havia prometido e mais: quando o bispo foi preso, Deus me
deu a benção de que a igreja dobrasse, quando muitos tinham medo que a igreja
sumisse, na prisão dele nós fizemos – pela força de Deus, é claro – a igreja
dobrar, cresceu mais ainda e tava sobre a minha direção. Então Deus me abençoou
dentro daquele propósito que eu fiz com ele, até o momento que o bispo achou
por bem não ter mais estudos bíblicos. Eu comecei a ficar triste e sair da
igreja.
Reviva Gospel – Seu
sucesso como cantor foi estrondoso, chegando a ser o segundo maior cantor
gospel da América Latina em vendagens de discos e ao mesmo tempo dirigia a Line
Records. Como você conseguia conciliar tudo isso com o episcopado?
Renato Suhett – Eu
desenvolvia o meu ministério pastoral. Eu nunca me dediquei como cantor – até
acho que deveria ter me dedicado mais -, mas o meu trabalho episcopal, tendo
que cuidar de mais de 1500 igrejas não me permitia, por exemplo, cantar nas
igrejas. A Igreja Universal era muito trabalho, mas muito, muito! Então, como
eu fazia? Eu dirigia a Line Records à distância, ou seja, eu mandava. Eu
mandava na Line Records, mas eu tinha o Josépio da Non que era o diretor
executivo e o diretor de produção que era o Hélio Delmiro. Então eu ficava em
São Paulo, a Line Records aqui no Rio e eu só falava assim: “olha tem uma
menina aqui chamada Iracema (Melissa) que nós vamos gravar e quem vai produzir
é o Tonny Sabetta que eu escolhi”. Pronto! Falava isso e eles tocavam.
“Grava um disco com
o Ed Wilson”. “Ah, contrato dele é tal, tal”. “Tá bom. Pode assinar. Manda
fazer 100 mil discos com Ed Wilson”. Trouxe o Nelson Ned pessoalmente. “Grava o
Nelson Ned”. O Nelson Ned quis gravar o disco dele, por exemplo lá na Edições
Paulinas. Eu dizia: “bora, pode pagar o stúdio, pode fazer”. Eu mandava e eles
executavam.
“Pega aquele menino do Banda e Voz,
que é o Beno César, aquele baixista, tira ele (tira não rsrs). Tira ele da
banda momentaneamente e faz ele gravar um disco solo, por que ele é muito bom.
Eu falei assim: “ele tem que ter um trabalho solo. Ele não pode ficar ali como
um coadjuvante no Banda e Voz, tocando baixo”. E o Beno César veio a ser esse
sucesso que é hoje aí! O Tonny Sabetta fazia muitas músicas, compositor. Eu
falei: “Tonny, agora é hora de você gravar o seu próprio disco”. Agora, eu,
como cantor, só ia gravar. Eu gravava um disco por ano. Teve um que eu cheguei
a levar dois anos pra gravar, que foi “A Última Lágrima”. Eu gravava o disco.
Saía de São Paulo, vinha no Rio, gravava os discos em Espanhol também e voltava
e ficava trabalhando no episcopado, como pastor, como bispo. Vinha, gravava,
soltava as músicas nas rádios, na televisão (fazia televisão também), mas não
atuava como cantor. O cantor vinha junto com o pastor. Outra coisa que eu fiz
também naquela época, (e que eu tenho muita alegria de ter feito) é que eu dei
um programa. Dei! Um programa pra Paulo César Graça e Paz na Rádio Copacabana
todos os domingos, em que ele fazia de 4:00 às 6:00, se eu não me engano, de
5:00 às 7:00, um horário legal. Ele fazia um programa de duas horas. Eu dei
esse programa pra ele, musical, né, pra ele fazer, por que o Paulo Cesar era
muito bom. Aí, veio com ele o Carlinhos Félix que eu trouxe também pra Line,
naquela época. Até a Marina de Oliveira eu trouxe! Ela gravou um disco na Line
Records. Eu tava trazendo todo mundo. Só não consegui trazer um conjunto que eu
gostava muito e gosto até hoje: não consegui trazer, na época, o Sinal de
Alerta, por que eu viajei para os Estados Unidos, mas todo mundo eu tava
trazendo – quem eu gostava para fazer uma equipe forte na Line Records.
Respondendo à sua pergunta: como eu
conseguia conciliar isso? Eu trabalhava na parte pastoral. Eu não fazia um
ministério de cantor paralelo. Eu só ia pregando no Brasil inteiro e ao mesmo
tempo em que eu estava pregando eu cantava as minhas músicas, mas sempre
colocando o pastor na frente do cantor.
ACOMPANHE A SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA AINDA NESTA SEMANA!
Excelente entrevista, melhor matéria até hoje , ansioso pra ver a segunda parte
ResponderExcluirMaravilhosa entrevista, parabéns!!!
ResponderExcluirEu gosto de mais do Renato Suhett estou maravilhado em ver essa matéria parabéns ão produtor
ResponderExcluirUm espetáculo!
ResponderExcluirUm homem iluminado por Deus!
Deus seja louvado por sua vida!