Nossa visão é de restaurar a fase poética, mas quando falo poética não falo de poesia pela poesia, tipo "o céu é azul" ou "o sorriso de uma criança trás alegria"; falo da atitude poética de acreditar que a Bíblia tem solução para tudo, é o guia para os nossos conflitos e aprendemos bem melhor seus ensinamentos se forem cantados, porque assimilamos as letras cantadas com mais facilidade.
Apesar das críticas, avançamos nos anos 80 principalmente com a aparição de Janires e Paulo Cesar Graca e Paz que literalmente agitavam. Eles faziam acontecer mesmo sem recursos, microfones precários...
Assisti Rebanhao tocando na Carioca com tremendão Giannini e a alça do violão era um fio elétrico. Mas chamavam a atenção pela nova proposta de evangelizar. Logo surgiram Bandafe, Banda & Voz , Catedral, Novo Som, Banda Rhema, Lumiar, Semeando, Ivanilson, Martin Lutero e de repente aquilo se tornou um movimento. E como as bandas não tinham igrejas (e eram interdenominacionais), as pessoas eram salvas e encaminhadas às igrejas que apoiavam os projetos.
Nos anos 90, houve um inchaço nas igrejas e ela acabaram se tornando grandes templos com filiais, então aqueles jovens alcançados começaram a formar suas próprias bandas, mas sobre a tutela do seu líder; a arte deixou de ser independente, perdeu-se a criatividade e agora estavam sendo manipuladas para propagar as doutrinas das suas igrejas e não mais o evangelho. Uma vez que fossem criados os ministérios, por que apoiar bandas e cantores que não estavam sobre "autoridade" e com pensamentos livres?
A igreja parou de apoiar intencionalmente os eventos, criando-os em suas próprias igrejas e impedindo os jovens de irem em apresentações fora de seus círculos eclesiásticos.
Mesmo que eu critique a Marina de Oliveira pela sua motivação mercantilista, ela ainda conseguiu junto com o gospel da Igreja Renascer lançar alguma coisa boa por meio de suas gravadoras, como Resgate, Oficina G3, Katsbarnea, Contato Vital, Semeando, Rebanhão, Kadoshi, Banda Rara que ainda sobreviviam pela vendagem de CD's.
Mas de 2000 pra cá, quem não se firmou em uma grande gravadora, estava condenado, por que do mesmo jeito que as igrejas fizeram privilegiando seus ministérios, as gravadoras e suas rádios só divulgavam quem "fechava" com elas . Era o fim da fase poética!
Mas, e os evangelismos de rua? Você perguntaria? Eu lhe respondo com outra pergunta: com tanta gente crente na igreja pra que evangelismo na rua? Agora não adianta cantar que se não aceitar Jesus vai pro beleléu; agora é juntar o povo e cantar 345 vezes PODEROSO DEUS, num mantra que refrigera sentimentos, mas não liberta; descarrega emoções, mas não guia à resposta bíblica, (como nas canções do grupo Logos); a pessoa se sente bem, mas continua sem respostas!
Minhas orações e o meu profundo desejo é que de fato haja o retorno de um verdadeiro avivamento musical como na década de 80.
Por Ledinilson de Souza
Muito bom!
ResponderExcluirdisse tudo
ResponderExcluirRapaz a década de 80 era totalmente espiritual. Diferente de hj essas músicas de mercado. Emoções vagas sem ir de encontro a Deus. Vc falou tudo amigo .Tá certíssimo
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